Quanto VALE um rio: 1 ano de lama em Brumadinho

Há 1 ano, a barragem regida pela mineradora VALE, em Brumadinho (MG) rompeu e a lama varreu toda a cidade.

O desastre socioambiental deixou 270 mortos, 11 desaparecidos, comunidades destruídas e vegetações arrasadas. O Rio Paraopeba, principal fonte de água da região, completamente contaminado, com seu uso suspenso até hoje.

O Ribeirão Ferro Carvão, que também passa pela região, perdeu o rumo com o mar de lama. Em vários trechos, corre por onde nunca havia passado antes do desastre.

Rio de Lama

Foi em menos de 1 hora, que – no dia 25 de janeiro de 2019 – 9,7 milhões de m³ de lama atingiram uma área de mais de 2 milhões de m², a uma velocidade média de 80km por hora.
48 municípios afetados e a história ainda está longe de ter um desfecho justo para as vítimas e para a sociedade.

“Semeávamos alface, repolho e milho aqui. Mas agora não há nada que possamos fazer com a água do rio e, de qualquer maneira, quem compraria produtos que cresceram com essa água? Ninguém!”, diz um morador.

O solo segue enegrecido, pelos resíduos de mineração espalhados e agora misturados com a terra. Terra que nada mais dá. E dará?

A Natureza tem que ter muita compaixão pela nossa existência para resistir e se reerguer diante de tanta brutalidade e injustiça.

 

A população ainda sofre as consequências: coceiras e infecções na pele, diarreias, queda de cabelo, aumento nos índices de abortos espontâneos, gastroenterite, disfunções cardíacas, além de questões psicológicas, como depressão, ansiedade e insônia.

 

“Além disso, perdemos o espaço de lazer. As pessoas são pobres, carentes, não têm condição de investir em lazer. O rio era um lazer gratuito e a gente perdeu”, conta uma moradora.

Uma multinacional do tamanho da VALE e um poder público falho como o nosso, se mostraram amplamente ineficientes no dever de proteger a população e o meio ambiente de tragédias como essa.
O estrago é um colapso gigante e a nossa conclusão é: a água vale muito mais do que minério!!

 

 

Fonte: Brasil de Fato, Folha de São Paulo e Estado de Minas.