Nos dias de hoje pode parecer loucura, mas até a década de 1950, as pessoas davam ao plástico a mesma importância e respeito que o vidro ou a seda. No entanto, quando as empresas de bens de consumo descobriram as vantagens dos polímeros, surgiu um estilo de vida que gera mais e mais lixo. Começou, então, o que viria a ser a cultura do descartável.
Do uso doméstico ao descarte de bilhões
Diferente do que acontece nos dias de hoje, houve um tempo em que as coisas eram feitas para durar e pouco era desperdiçado ou jogado fora. Era comum que embalagens fossem reutilizadas ou devolvidas – bastava lavá-las ou retorná-las aos seus donos, como era o caso do leite e do leiteiro.
Após a Segunda Guerra Mundial, período que marca o início da ascensão do plástico, as pessoas o tratavam com cuidado, assim como faziam com outros materiais e embalagens. Foi no final da década de 1950, entretanto, que a economia passou a consumir cada vez mais recursos e os fabricantes começaram a apostar no plástico, plantando, assim, a semente da cultura descartável.
Assim, no início da década 1960, bilhões de itens de plástico já enchiam lixões, aterros e incineradores no mundo ocidental. Em 1978, a Coca-Cola introduziu a garrafa PET em suas linhas de produção, simbolizando uma nova era para as bebidas de consumo em massa.
A ascensão da Cultura Descartável
Foram diversos fatores que contribuíram para o fortalecimento de uma cultura ditada por produtos de baixa durabilidade.
Um desses fatores foi justamente o investimento de grandes fabricantes nas embalagens plásticas e disseminação dessa abordagem nos países em desenvolvimento. Um estilo de vida descartável era um sinal de modernidade.
Outro fator fundamental para tamanha ascensão foram os níveis de emprego que aumentaram de tal forma que mais mulheres entraram na força de trabalho. Não havia mais tempo hábil para cozinhar ou fazer tarefas domésticas.
Foi assim que refeições pré-cozidas vendidas nas redes de supermercados passaram a fazer parte da rotina das famílias – e junto delas, as embalagens plásticas.
Produtos descartáveis passaram, assim, a simbolizar o estilo de vida em uma economia capitalista que é, simultaneamente, causa e consequência da densidade e velocidade da vida moderna.
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Os dias de hoje
O reflexo da cultura do plástico nos dias atuais é notório: conquistaram os grandes festivais, festas e megaeventos. São copos, talheres, pratos de plástico – caminhões de lixo que só podem ser incinerados ou aterrados.
A quantidade de lixo e a crescente demanda dos movimentos ambientalistas fizeram com que algumas organizações revissem suas práticas. Hoje, por exemplo, existem alguns eventos que cobram um depósito pelos copos.
Nesse sentido, é inegável que a mentalidade descartável ainda é dominante, pois facilita alguns aspectos da vida moderna. No entanto, precisamos rever urgentemente nossas práticas enquanto sociedade.
A Cultura do Descartável, afinal, continua a deixar o futuro incerto – isso porque hoje precisaríamos de um planeta e meio para suportar todo o nosso consumo.
Buscar informações, práticas sustentáveis e apoiar empresas que têm a sustentabilidade como pilar faz parte de uma jornada que todos precisaríamos cumprir. Afinal, só temos um planeta – então, que cuidemos dele.
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