No dia 22 de março de 1993, foi comemorado o primeiro Dia Mundial da Água. Naquele ano, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu a data para a conscientização em torno do uso racional da água e de sua importância.
Desde então, Estados e organizações foram convidados para promover ações concretas para a conscientização da população acerca da importância do tema.
Por isso, no dia de hoje, também precisamos lembrar que a água é um direito de todas as pessoas. Entretanto, você sabia que esse direito pode estar ameaçado? Continue a leitura para saber do que estamos falando!
Dia Mundial da Água: o panorama brasileiro
Em primeiro lugar, quando falamos de água para consumo, o Brasil é um país privilegiado em relação ao resto do mundo, pois possuímos 12% de toda a água doce superficial existente no mundo.
Temos em nosso território dois dos maiores aquíferos do planeta, o Guarani e o Alter do Chão, e o maior do mundo em vazão, o Amazonas.
A riqueza dos nossos biomas, mesmo com as violações socioambientais, ainda consegue garantir um ciclo hidrológico capaz de alimentar nossos mananciais superficiais e subterrâneos.
Entretanto, as localidades mais abastecidas estão em regiões de menor densidade populacional. Sendo o grande desafio o de que a água chegue, com qualidade, aos centros urbanos mais populosos e todos os cantos desse país de tamanho continental.
Além disso, a preservação e cuidado da água são fundamentais em todos os âmbitos e estágios. Sejam os rios, os mares, os oceanos, cada um do seu jeito, são eles os grandes os grandes motores para nosso consumo, transporte, produção de energia e existência.
Tudo que compromete sua qualidade e suas funções representa graves perigos e um risco à vida na Terra.
Água é direito, não mercadoria
É nesse contexto de abundância, fundamental à vida, e que tem diferentes significados e usos para a diversidade de culturas e tradições, com seus modos de existência, está ameaçada.
Dessa forma, com a escassez de água no mundo, o Brasil é cobiçado pelas grandes corporações. Setores econômicos e financeiros intensificam a pressão para transformar a água em mercadoria.
Em alguns países, a água está integrada ao mercado financeiro, tendo seus contratos precificados para transações especulativas.
Além dessa tentativa de captura de água pelo mercado financeiro, fundos de investimentos internacionais, corporações da construção civil, entre outros, estão interessadas em adquirir as empresas públicas responsáveis pelo abastecimento de água no Brasil.
Somado a isso, em 2020 a maioria do congresso aprovou a alteração do marco regulatório do saneamento e do abastecimento de água no final de 2020, em plena pandemia.
Tá, mas o que isso quer dizer? Basicamente, quer dizer que a nova legislação tem como objetivo acelerar a privatização do patrimônio público de água. Ou seja, a água deixa de ser um bem público para virar mercadoria.
Isso pode afetar diretamente o princípio da universalização da água, tornando-a mais cara para o consumo e deixando os serviços mais precarizados.
Por isso, é preciso defender a água como um bem comum, um bem sagrado e que não pode ser transformado em mercadoria.
O que fazer para mudar o cenário?
No Dia Mundial da Água vale a gente refletir: o que podemos fazer para mudar o cenário?
Podemos começar pelo básico e que está ao nosso alcance! A seguir, confira três sugestões 🙂
1. De olho nas leis que dificultam o acesso à água!
Ficar de olho nas leis que dificultam o acesso à água é fundamental, pois é a partir dessa vigilância que podemos cobrar das lideranças políticas um posicionamento contra essas diretrizes!
2. Apoie as ONGs que cuidam dos mares
Não sabe por onde começar? Que tal começar incentivando e apoiando ONGs que cuidam dos mares, como a Sea Shepherd?
A Sea é uma organização internacional sem fins lucrativos de conservação da vida marinha. A missão da instituição é defender, conservar e proteger a vida marinha e os ecossistemas marinhos.
Além disso, a Sea Shepherd investiga, documenta e age quando necessário para expor e confrontar atividades ilegais nos oceanos.
Você pode apoiar a instituição através de doações, de compras na loja da Sea Shepherd e também comprando as nossas hastes flexíveis ecológicas – pois parte das vendas são revertidas para ações de cuidados com o oceano da Sea Shepherd no Brasil.
3. Diminua o consumo de carne
Você sabia que segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), 70% de toda a água consumida no mundo é usada na irrigação das lavouras, na pecuária e na agricultura?
Além disso, A indústria da carne responde pelo consumo de quase 20%! Só no Brasil, um dos maiores protagonistas nessa indústria, 72% da água vai para a agropecuária.
Por isso, considere diminuir o consumo de carne. E se você não sabe por onde começar, assim como um dia também não soubemos, que tal iniciar com a retirada da carne às segundas? Veja mais na iniciativa Segunda Sem Carne 🙂
Por fim, no Dia Mundial da Água, devemos lembrar que a água deve servir à reprodução da vida humana e nossa biodiversidade, não ao mercado, às corporações, ao setor da agroindústria e da mineração.
Cuidemos do nosso bem mais precioso!
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