Os Kalungas são descendentes de africanos escravizados fugidos e libertos das minas de ouro do Brasil central que, ao conquistarem a liberdade, formaram comunidades autossuficientes – os chamados quilombos. Nas regiões remotas no entorno da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás, se estabeleceram há quase 300 anos.
Hoje ocupam três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás.
Reflexos das diásporas
Os negros escravizados eram obrigados a apagar suas origens: língua pátria, religião, identidade, para assumirem o trabalho forçado e não pago. Com jornadas de longas horas sob sol quente, ainda eram castigados com torturas: tronco, chicote, entre muitas outras formas perversas de dominação dos brancos senhores de escravos.
Mas onde existia escravidão, existia também formas de resistência. A mais intensa delas era a fuga individual ou coletiva. Essas fugas foram gradualmente ocasionando na formação dos quilombos (termo banto que significa ‘acampamento guerreiro na floresta’).
Esses quilombos foram peça fundamental para a abolição da escravidão e o resguardo da população negra. Existem comunidades quilombolas espalhadas até hoje Brasil adentro. E a maior delas, reconhecida formalmente pelo Governo Federal, pertence aos Kalungas – que na língua banto significa ‘lugar sagrado, de proteção’.
Os Kalungas hoje
Seus conhecimentos ancestrais, passados de geração para geração, permitiram que eles sobrevivessem e se adaptassem ao ecossistema do Cerrado. Hoje, vivem – principalmente – do cultivo das roças e na preservação da natureza.
São mais de 262 mil hectares, reconhecidos há quase vinte anos pelo governo federal, com aproximadamente 1.500 famílias espalhadas por, pelo menos, 39 comunidades diferentes. Estimativas internas apontam que 8 mil quilombolas vivam no território.
O território sobre constante ameaça do agronegócio, da mineração e da pesca ilegais, dos grileiros e, hoje, é cercado por plantação de soja em monocultura.
A produção agrária dos quilombolas é reconhecida em todo Brasil por seus produtos orgânicos, como o arroz kalunga, a pimenta de macaco e o Gergelim.
Os kalungas são verdadeiros protetores de inúmeras espécies vegetais, graças à preservação das chamadas sementes crioulas, isso é, sementes que não passaram por nenhuma modificação genética e são verdadeiros tesouros para o futuro. Os quilombolas são os grandes responsáveis pelo trato da terra e pela conservação do Cerrado, mesmo diante de tantas investidas do agronegócio.
O Gergelim dos Kalungas
Desde o início do quilombo, os kalungas plantam gergelim juntamente com a roça de mandioca. Ao longo dos anos, selecionaram as sementes das variedades que mais se adaptaram à região.
O Gergelim que serve de matéria-prima para o Óleo Hidratante da Positiv.a é fruto da produção dos Kalungas!
E, além de fomentar o trabalho dos guardiões do Cerrado, nosso Óleo é todo produzido de forma ecológica! Em fábrica de bioconstrução, com teto de Bambu, gerando só impacto positivo pro nosso país.
É maravilhoso contribuir para a maior comunidade quilombola do Brasil! E transformar o Gergelim produzido com toda sabedoria e cuidado, com as sementes mais especiais e selecionadas, em um produto tão especial quanto para seu uso diário.
Você sabe de onde vem os produtos que você consome? Você sabe que tipo de produção e indústria está fomentando?
Pelas comunidades quilombolas, pelo respeito à terra, à vida e ao trabalho digno, fazemos escolhas conscientes!
Vem com a gente e com os Kalungas!
Fonte: De Olho nos Ruralistas: Observatório do Agronegócio no Brasil e Slow Food Brasil.