A gente costuma falar bastante aqui sobre o impacto do nosso consumo no planeta. Especialmente, nossa alimentação. Defendemos a dieta vegana como uma alternativa que gera menos impacto para as mudanças climáticas. E também por estimarmos todas as formas de vida do planeta. Preferimos ter os animais vivos, a virarem comida.
Mas hoje, não estamos aqui pra falar sobre o veganismo. E sim, sobre uma nova forma de pensar a alimentação. Surgiu um novo termo chamado CLIMATARIAN.
Você já ouviu falar sobre ele?
O que é uma dieta climatarian?
Consiste basicamente em se alimentar com o menor impacto possível para o meio ambiente, mais especificamente pensando nas consequências para o aquecimento global.
Isso quer dizer priorizar alimentos da estação, de produtores locais, que não precisem de muito para se deslocar, que não contenham plástico na embalagem e possam ser comprados a granel.
Tudo isso é uma escolha pelo meio ambiente e pelo nosso futuro.
Consumir como um climatarian é consumir pensando além da sua saúde, na saúde do planeta e das futuras gerações.
Um climatarian pensa no impacto de toda a cadeia de cada alimento: a pegada de carbono no processo de produção até parar em suas mãos, o desperdício, o descarte e alguns consumos mais restritos, como o da carne, por exemplo.
A diferença entre um climatarian e um vegano
Para um climatarian, não adianta optar apenas por legumes, frutas, verduras se esses forem sempre embalados em plástico. Ou se forem de outra estação, ou importado, pois tudo isso gera grande impacto nas mudanças climáticas.
O plástico é a segunda maior fonte industrial e a que mais cresce em gases do efeito estufa. E 99% do que compõe o produto é derivado de combustíveis fósseis. Como subproduto do petróleo, do carvão mineral e do gás natural, o plástico é uma das peças-chave das emissões de dióxido de carbono (Fonte: ONG Center of International Environmental Law – CIEL).
Para se produzir um alimento fora de sua estação natural é preciso investir muito mais energia e, muitas vezes estímulos agrotóxicos. E o impacto negativo do transporte de alimentos vindos de longe, nem se fala!
Um climatarian até consome carne de pesca sustentável e segura, animais de criação extensiva e orgânica. Mas também sabe que a pecuária é uma das principais contribuintes para o aumento da temperatura na Terra.
Para aqueles que seguem a dieta climática, o importante é saber o que está comendo e não restringir totalmente algo do cardápio. É buscar alternativas ecológicas e soluções que gerem impacto positivo para a cadeia.
A situação alimentar em meio à crise climática
“Os climas diferem e as plantas variam, mas uma regra informal básica do cultivo de cereais à temperatura ideal é: para cada grau de aquecimento, há um declínio de 10% na produção. Algumas estimativas vão mais longe. Se o planeta estiver 5ºC mais quente no fim do século, quando as projeções sugerem que poderemos ter uma população 50% maior para alimentar, também poderemos ter 50% menos grãos para oferecer a ela. Ou menos ainda, porque na verdade, quanto maior o aquecimento, mais declina a produção. E com proteínas é pior: são necessários 3,6 quilos de cereais para produzir um único quilo de carne de hambúrguer, obtida de um animal que passou a vida aquecendo o planeta com arrotos de metano” (trecho de A Terra Inabitável – Uma história do Futuro, de David Wallace-Wells.
A produção de alimentos do planeta todo já responde por cerca de um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa.
Ou seja, mudar os hábitos alimentares é um ponto crucial para conter as mudanças climáticas.
Estreitar a relação com a Natureza
É fundamental se conectar mais com a Natureza, entender seus tempos, seus fluxos e consumir a partir disso.
Você pode se fazer algumas perguntas antes de consumir determinado produto:
- Da onde veio?
- Vai nutrir meu corpo?
- Impactou negativamente a vida de alguém?
- Vai deixar rastros no meio ambiente?
Exige dedicação e tempo para ser um climatarian. Mas tudo é recompensado pelo bem-estar que fazer o bem gera. Além da plenitude de fazer sua parte para deixar um bom legado para as futuras gerações.
A alimentação como é hoje, não será a mesma daqui 30 anos, caso essas pequenas adaptações e essa mudança de pensamento não aconteça para já.
E se você pensa: “mas o que vai fazer de diferença se só eu mudar e a indústria continuar do jeito que é?”. Nós te respondemos com uma frase da Margaret Mead:
“Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.”