Agosto é o mês internacional dos povos indígenas. Celebrado no dia 9, data criada pela ONU, busca dar destaque à importância de assegurar os direitos dos povos originários em todo o mundo.
O dia valida a garantia dos Direitos Humanos aos povos indígenas, reconhecendo e valorizando suas culturas, visões de mundo, línguas e costumes como aspectos identitários fundamentais.
Vale ressaltar que o termo “povo indígena” significa “originário de determinado país, região ou localidade”, ou seja, refere-se às populações que viviam em seus territórios antes das invasões coloniais. Buscam conservar, desenvolver e transmitir seus territórios ancestrais e sua identidade étnica às próximas gerações.
Os povos indígenas marginalizados e dizimados
Os Indígenas, juntamente com os povos quilombolas, ribeirinhos e extrativistas são hoje (e sempre foram) os responsáveis por garantir a proteção das florestas. Isso significa que, consequentemente, eles também regulam o clima, produzem a chuva e asseguram a maior biodiversidade do planeta, fonte de novos alimentos e medicamentos.
A paralisação da demarcação dos territórios destas populações, o crescente avanço do desmatamento, o descaso com a vulnerabilidade desses povos frente à pandemia do coronavírus e o questionamento de seus direitos em Brasília se somam ao agravamento dos conflitos no campo.
Nos últimos anos o número de invasões de madeireiros, grileiros e garimpeiros, o desmatamento e a destruição da floresta, rios, suas culturas e modos de vida cresceu vertiginosamente.
Fazer frente: a bancada do cocar
Em abril deste ano de 2022, a maior mobilização indígena brasileira aconteceu em Brasília. Na ocasião, lideranças indígenas discutiram a organização e a representação política de seus povos nos espaços de poder institucionais. O movimento lançou mais de 30 candidaturas indígenas em diferentes estados do país para concorrer às eleições de outubro. Surge então o projeto da Bancada do Cocar, que busca combater a bancada ruralista no Congresso Nacional.
Esse movimento nasce da necessidade de sobrevivência e com força, por causa do aumento de ataques aos direitos indígenas e ambientais. O resultado é uma maior participação indígena nas eleições, tanto de candidatas quanto de eleitores.
Na hora de votar, lembre-se que nosso futuro é resguardado pelos povos indígenas. Os povos originários que nunca deixaram de se enxergar e nos enxergar como Natureza.
Procure candidaturas indígenas. Frear o avanço do desmatamento, das queimadas, da mineração e do agronegócio é nosso dever.
Dar uma nova cara aos nossos representantes e diversificar os palanques também e estão ao nosso alcance!
Referências:
https://blog.atados.com.br/
Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, do Conselho Indigenista Missionário, o CIMI
Foto de capa: tribo tupi guarani | shutterstock