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10 benefícios de andar de bicicleta

Os benefícios de andar de bicicleta

Os transportes conscientes estão ganhando cada vez mais espaço nas cidades. E a bike voltou a assumir um protagonismo como meio de transporte, e não apenas uma forma de lazer e esporte. Essa é uma ótima notícia! Afinal, os benefícios de andar de bicicleta são muitos! Quais os benefícios de andar de bicicleta? Hoje listamos os 10 benefícios de andar de bicicleta, e já adiantamos: são vários! E antes de mais nada, precisamos lembrar que andar de bike não garante vantagens apenas para os ciclistas. O maio ambiente também aproveita desses benefícios! Continue a leitura e confira! 1. Emissão zero de CO2 Os veículos automotores estão entre os principais responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera. Esses gases, por sua vez, colaboram com o efeito estufa. Ou seja, eles bloqueiam a saída da radiação solar que não é absorvida pela natureza. Entretanto, em um estado normal, esses raios deveriam voltar para o espaço. Porém, ao ficar presa na nossa atmosfera, essa massa de calor colabora com o aquecimento global. E é aí que entra um dos benefícios de andar de bicicleta! Ao optar pela bike como transporte, você deixa de emitir qualquer gás do efeito estufa! Além de evitar outros componentes dos combustíveis fósseis! 2. Chega de posto de gasolina Quando o tema é combustível, andar de bicicleta também tem suas vantagens! Isso porque, com ela, você economiza e muito no posto de gasolina. E também deixamos de ser reféns das oscilações de preços dos postos e incentivar a indústria petrolífera. Mas não é só isso! Além de ser bom para o bolso, não consumir gasolina ou outros combustíveis fósseis é ótimo para o meio ambiente. Afinal, a gasolina e o diesel são derivados do petróleo. E, como vimos, sua queima resulta em CO2. Esse gás, por sua vez, atinge a camada de ozônio e alavanca o processo de aquecimento global. 3. Você é o trânsito Você já parou para pensar que grande parte dos carros tem uma pessoa só? E quando o trânsito aperta, fica claro esse desperdício de espaço. A bicicleta, por ser bem menor que qualquer veículo automotivo, evita engarrafamentos. Além disso, nessas situações, a locomoção de bicicleta se tornar bem mais rápida. Abram caminhos, queremos passar com nossas bikes 😉 4. Mais saúde e qualidade de vida Você já deve ter ouvido falar que os exercícios físicos contribuem para nossa saúde, certo? E entre os benefícios de andar de bicicleta, esse deve ser o maior a nível individual! Pois ao pedalar, você faz um excelente exercício físico. Vale lembrar que, atualmente, a otimização do tempo é, muitas vezes, imprescindível. Dessa forma, aproveitar o tempo do transporte se exercitando é a melhor saída para aqueles que têm a rotina apertada. 5. Fácil de reciclar De forma geral, as bikes duram muitos anos. Nesse meio tempo, caso precise de manutenção, ela bem mais simples do que a de uma motocicleta ou carro. Eventualmente, porém, a bicicleta envelhece e perde sua utilidade original. Então, fica a questão: o que fazer nesses momentos? Pouca gente sabe, mas a reciclagem de bicicletas é possível! Atualmente, muitas partes das bicicletas são recicláveis, basta fazer o descarte de forma correta. Ao mesmo tempo, uma outra opção é reutilizar as peças da bike! Para isso é só ousar com a criatividade e colocar a mão na massa! 6. Silêncio no trânsito Enquanto combate a emissão de gases poluentes, as bicicletas também colaboram com o fim da poluição sonora. Afinal, diferente dos carros e motocicletas, as bikes são muito silenciosas. Imagina as vias sem o barulho de motor, buzinas, escapamento? Um sonho 🙂 7. Andar de bike é sinônimo de autonomia Entre os benefícios de andar de bicicleta, também temos a autonomia! Pois com a bike, você não depende do trânsito, dos horários de ônibus e do metrô, de disponibilidade de táxi, etc. Tem coisa melhor do que saber exatamente a hora que você vai chegar? Só depende de você e de sua força de vontade! 8. Sem problemas para estacionar Com uma boa corrente, em qualquer cantinho você estaciona sua bike! O que quer dizer que, com ela, seus dias de voltas no quarteirão atrás de vaga, gastar dinheiro com estacionamento ou pagar pela Zona Azul acabaram! 9.  Transforma a relação indivíduo X ambiente Andar de bicicleta aumenta a sensação de ser parte da cidade. Cruzar com ciclistas pelas ruas e trocar olhares, cumprimentos, ‘bom dia’s, ‘boa noite’s. Explorar cada canto, notar cada detalhe. A bicicleta demanda concentração e estar atento à cidade que moramos é uma atitude transformadora! E atenção: Vamos pedalar com segurança. Lembre-se sempre de usar capacete, lanterna, farol, buzina, sinalizador e não fique com fone de ouvido. 10.  Novos espaços Compare uma área com 10 carros e uma área com 10 bicicletas. O ganho de espaço com a substituição do carro pela bicicleta pode ser destinado a inúmeros outros fins. A POSITIV.A recomenda, por exemplo, aproveitar áreas para implementação de hortas urbanas. E agora que você já conhece os benefícios de andar de bicicleta, que tal conhecer mais 10 passos para iniciar uma vida mais sustentável? Mas antes, lembre de comentar por aqui e contar como você faz uso da bike no seu dia a dia 😉

O que é Biodiversidade? Veja sua importância e como preservar

biodiversidade

Em 22 de maio, comemoramos o Dia Internacional da Biodiversidade. A data é um lembrete sobre o tema e sua importância. A preservação da diversidade biológica é essencial para manter o equilíbrio natural da Terra. E assim, combater as mudanças climáticas e proteger todos os seres. Continue a leitura e saiba mais sobre: O que é biodiversidade Biodiversidade brasileira A importância da diversidade biológica O Dia Internacional da Biodiversidade. O que é biodiversidade? De acordo com a Convenção sobre a Diversidade Biológica da Rio-92: Biodiversidade é a “variabilidade de organismos vivos de todas as origens”. Assim, ela compreende: Ecossistemas terrestres Ecossistemas marinhos Outros ecossistemas aquáticos e complexos ecológicos Diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Atualmente, essa definição também pode ser considerada em três diferentes níveis: Diversidade de ecossistemas: reúne a variedade de ecossistemas em que as comunidades biológicas estão presentes e interagem entre si. Diversidade de espécies: compreende a grande e rica pluralidade de espécies existentes no planeta. Isso inclui todos os organismos, desde os mais simples aos mais complexos. Diversidade genética: abrange a variedade de genes existentes entre os indivíduos de uma mesma espécie. Assim, a diversidade biológica compreende todas as espécies encontradas em uma determinada localidade. E isso inclui animais, plantas, fungos e microrganismos como protozoários, bactérias e arqueas. Em um ecossistema, toda essa biodiversidade se relaciona para manter o equilíbrio e a vida do local. Por isso, a diversidade biológica é essencial para a manutenção e sobrevivência das espécies. Inclusive da espécie humana! Afinal, estamos inseridos nos ecossistemas. Leia também: Você sabe qual é a diferença entre oceano e mar? Biodiversidade brasileira Nas terras e águas brasileiras são encontradas mais de 103 mil espécies de animais e 43 mil vegetais conhecidas pela ciência. Isso faz do Brasil o país com a maior biodiversidade de fauna e flora do mundo. O que possibilita essa diversidade biológica é a nossa grande extensão territorial, com diversidade climática e de biomas. A maior parte da biodiversidade brasileira está nas regiões de: Floresta Amazônica. Ela é vista como a região de maior diversidade biológica do planeta. Acredita-se inclusive que muitas espécies da Amazônia ainda não foram descobertas e registradas pela ciência! Mata Atlântica. É um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Mas que ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas e mais de 2 mil espécies de animais. Cerrado. É tido como uma das savanas mais biodiversas do planeta. Esse ecossistema abriga cerca de 5% de toda a fauna mundial, com mais de 800 espécies de aves. E quando o assunto é a flora, são mais de 6 mil espécies na região. Qual a importância da diversidade biológica? A biodiversidade é importante em diversos aspectos, como: Ambiental Social Econômico Cultural. Ela dita muito da nossa alimentação, das matérias primas disponíveis, da geração de energia, entre outros aspectos que impactam diretamente a economia, a sociedade e a cultura humana. Mas, acima de tudo, é a biodiversidade que garante o equilíbrio ambiental necessário para que haja vida no planeta. E ela é tão delicada que a extinção de um único organismo pode desencadear um grande desequilíbrio ecológico. E isso prejudicaria toda a vida como conhecemos. Quais as ameaças à biodiversidade? As grandes ameaças à diversidade biológica da Terra estão relacionadas às ações humanas. São elas: Poluição Desmatamento Exploração em excesso dos recursos naturais Introdução de espécies exóticas Caça predatória Mudanças climáticas. O Relatório de Avaliação Global da IPBES aponta que cerca de 1 milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção. É estimado também que as espécies estão se extinguindo de 100 a 1000 vezes mais rápido do que o esperado pela taxa natural de extinção. E a intervenção humana aparece como grande vilã nesse cenário. Hoje, estima-se que cerca de 3/4 do ambiente terrestre e 66% do ambiente oceânico foram significativamente alterados por nós, humanos. E que apenas 3% de toda a terra do planeta permanece ecologicamente intacta, com populações e habitats saudáveis. Ao prejudicar a biodiversidade dessa forma, ativamos um efeito cascata que gera consequências negativas para todos os seres. Inclusive para gente. Mas, calma, nem tudo está perdido! Ainda podemos agir para preservar o meio ambiente, a biodiversidade, e reverter um pouco essa situação. Como preservar a diversidade biológica? Para preservar a biodiversidade, devemos combater suas principais ameaças. Adotar o consumo consciente e estimular a economia circular são ações que causam um impacto positivo no mundo e preservam a biodiversidade. E em um ponto de vista mais social, é imprescindível exigir dos representantes políticos medidas e leis que: Protejam a biodiversidade. Preservem o meio ambiente E combatam a caça predatória, o desmatamento e a exploração excessiva dos recursos naturais. Dia Internacional da Biodiversidade Em 22 de maio é comemorado o Dia Internacional da Biodiversidade. A data foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e homenageia a aprovação da Convenção da Diversidade Biológica, durante o evento internacional Rio-92. O dia também serve como um momento de conscientização sobre a importância da biodiversidade e sua preservação. Esperamos que esse texto tenha esclarecido esses pontos! E se você deseja saber mais sobre como proteger a biodiversidade e adotar uma vida mais sustentável, confira nosso artigo: 10 Passos Para Iniciar Uma Vida Mais Sustentável!

Dia do Trabalhador: entenda suas origens e a importância de um trabalho sustentável

Dia do Trabalhador: Mosaico com fotos dos colaboradores da Positiv.a.

Todo 1º de maio comemoramos o Dia do Trabalhador, também conhecido como Dia do Trabalho. A data celebra os direitos trabalhistas e o papel dos trabalhadores e trabalhadoras na sociedade. A comemoração é feita em diferentes países e teve suas origens nos séculos XIX e XX, períodos de importantes transformações laborais. Atualmente, também estamos em um momento de constantes mudanças, inclusive no que diz respeito ao trabalho. Falamos muito por aqui de consumo consciente e sustentabilidade, transformações que consideramos urgentes na sociedade. E não podemos deixar de falar também em trabalho sustentável! Aqui nesse texto, você saberá mais sobre: Como surgiu o Dia do Trabalhador. Um panorama atual do trabalho. O que define um trabalho sustentável. O que é uma Empresa B. E como é trabalhar aqui na Positiv.a! 1º de maio: Como surgiu o Dia do Trabalhador? Em primeiro de maio de 1886, trabalhadores operários de Chicago, nos Estados Unidos, foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho que enfrentavam. Na época, a jornada de trabalho chegava a 100 horas semanais. E a principal reivindicação dos trabalhadores era pela redução da carga horária máxima diária. As manifestações foram reconhecidas por outros países, especialmente na Europa. E já na virada do século XX, parte dos trabalhadores das Américas e da Europa já seguiam o regime de 40 horas semanais. Pouco tempo depois, o dia primeiro de maio foi definido para a celebração dessas conquistas. E atualmente, o Dia do Trabalhador é comemorado em mais de 80 países. No Brasil, a data passou a ser celebrada a partir de 1925. E no Dia do Trabalhador de 1943, o então presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto nº 5.452. Foi a partir dessa lei que os direitos básicos dos trabalhadores foram garantidos no país. Como, por exemplo, a definição de um salário mínimo e da jornada máxima de trabalho. O trabalho nos dias de hoje Passamos por inúmeras transformações nos últimos anos, inclusive no que se diz respeito ao trabalho. Para muitos trabalhadores, os expedientes estão mais flexíveis, a relação com um escritório se tornou mais fluída, e novos postos e possibilidades de trabalho foram criados. E mais recentemente, com a pandemia do coronavírus, novas microrrevoluções vêm surgindo no mundo do trabalho. Muitas empresas, como a Positiv.a, possibilitaram que seus colaboradores trabalhassem de casa, além de buscar novos benefícios para proporcionar maior segurança nesse período. Os modelos de trabalho home office e remoto já eram considerados uma tendência. Entretanto, as medidas de segurança e saúde necessárias para conter as contaminações por Covid-19 catalisaram essa transformação. Essa nova realidade permitiu que os trabalhadores inseridos nesse contexto pudessem trabalhar de forma mais segura e confortável. Além disso, possibilitou a formação de equipes mais diversas, com pessoas de diferentes cidades e estados, por exemplo. Entretanto, nesse novo cenário, surgem também inúmeros desafios. Os desafios atuais Sabemos que a maior parte do Brasil não compartilha do conforto e segurança do trabalho remoto. Segundo dados do Ipea, apenas 9,1% dos trabalhadores brasileiros estavam em home office em novembro de 2020. E mesmo quem está trabalhando de casa pode estar passando por dificuldades, como novas cobranças e novas cargas mentais. Esse fardo é carregado especialmente por mulheres. Falando em trabalhadoras, a luta por salários iguais para homens e mulheres na mesma posição ainda é necessária no país. Bem como a inclusão de grupos minorizados no mercado de trabalho formal, como pessoas não brancas e LGBTQIA+. Não apenas isso, o crescente desemprego é uma das maiores adversidades da atualidade. Esse fenômeno força milhares de pessoas a trabalharem em condições precárias e em subempregos em busca de sobrevivência. Infelizmente, não há uma resposta simples e fácil para solucionar todas essas questões. Entretanto, acreditamos que parte da solução envolve a migração do modelo laboral atual para opções e formas de trabalho mais sustentáveis. Por um trabalho sustentável Quando falamos de sustentabilidade, logo pensamos no meio ambiente, certo? Mas, em comemoração ao dia do trabalho, vamos expandir um pouco mais esse conceito. Vamos falar de um ambiente de trabalho sustentável! Uma empresa pode ser considerada sustentável quando se guia por valores de transparência e ética. Para isso, é necessário mensurar seus resultados considerando três esferas: Social Ambiental Econômica. Dessa forma, uma empresa realmente sustentável adota medidas que vão além de um desenvolvimento econômico ecológico. Ela preza também pela qualidade de vida dos funcionários, e de todos aqueles envolvidos em seus processos de produção. Com isso em mente, surgiu o chamado Sistema B. Ele reúne empresas que buscam uma nova organização econômica, mais ecológica, sustentável e ética. São empresas que buscam ser melhores para o mundo e não as melhores do mundo. Como é o trabalho em uma Empresa B? Empresas B são aquelas que têm como objetivo: Desenvolver de forma sustentável a comunidade. Reduzir a pobreza. Buscar soluções para os problemas climáticos. Para ser considerada uma Empresa B, a organização deve passar por uma avaliação ampla e profunda. A análise leva em consideração suas práticas de transparência e os diversos relacionamentos da empresa com: Colaboradores Comunidade Fornecedores Governo Meio ambiente. A Positiv.a é uma das empresas B certificadas no Brasil! E você pode conferir outras organizações certificadas no nosso artigo especial sobre o Sistema B! Como é trabalhar na Positiv.a? A Positiv.a foi criada em 2016 para mostrar que é possível desenvolver um negócio financeiramente bem sucedido e que gere impacto positivo para o planeta. Hoje somos 48 funcionários apaixonados, engajados e dispostos a ampliar cada dia mais essa rede. O home office possibilitou abrirmos as portas para profissionais de outras cidades e estados, inclusive alguns nômades. Hoje, temos pessoas do interior de São Paulo, de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará e outros tantos lugares! Isso trouxe muito mais valor à nossa diversidade, contribuindo para um crescimento profissional e pessoal de todas e todos. Mas nem só de vantagens se faz o trabalho em casa. Felizmente, sabemos aproveitar o melhor de cada adversidade. Sentindo falta da interação entre equipes, foram criados os Grupos de Trabalho (Squads). Eles nada mais são

O Gergelim da maior comunidade quilombola do Brasil

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Os Kalungas são descendentes de africanos escravizados fugidos e libertos das minas de ouro do Brasil central que, ao conquistarem a liberdade, formaram comunidades autossuficientes – os chamados quilombos. Nas regiões remotas no entorno da Chapada dos Veadeiros, no estado de Goiás, se estabeleceram há quase 300 anos. Hoje ocupam três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. Reflexos das diásporas Os negros escravizados eram obrigados a apagar suas origens: língua pátria, religião, identidade, para assumirem o trabalho forçado e não pago. Com jornadas de longas horas sob sol quente, ainda eram castigados com torturas: tronco, chicote, entre muitas outras formas perversas de dominação dos brancos senhores de escravos. Mas onde existia escravidão, existia também formas de resistência. A mais intensa delas era a fuga individual ou coletiva. Essas fugas foram gradualmente ocasionando na formação dos quilombos (termo banto que significa ‘acampamento guerreiro na floresta’). Esses quilombos foram peça fundamental para a abolição da escravidão e o resguardo da população negra. Existem comunidades quilombolas espalhadas até hoje Brasil adentro. E a maior delas, reconhecida formalmente pelo Governo Federal, pertence aos Kalungas – que na língua banto significa ‘lugar sagrado, de proteção’. Os Kalungas hoje Seus conhecimentos ancestrais, passados de geração para geração, permitiram que eles sobrevivessem e se adaptassem ao ecossistema do Cerrado. Hoje, vivem – principalmente – do cultivo das roças e na preservação da natureza. São mais de 262 mil hectares, reconhecidos há quase vinte anos pelo governo federal, com aproximadamente 1.500 famílias espalhadas por, pelo menos, 39 comunidades diferentes. Estimativas internas apontam que 8 mil quilombolas vivam no território. O território sobre constante ameaça do agronegócio, da mineração e da pesca ilegais, dos grileiros e, hoje, é cercado por plantação de soja em monocultura. A produção agrária dos quilombolas é reconhecida em todo Brasil por seus produtos orgânicos, como o arroz kalunga, a pimenta de macaco e o Gergelim. Os kalungas são verdadeiros protetores de inúmeras espécies vegetais, graças à preservação das chamadas sementes crioulas, isso é, sementes que não passaram por nenhuma modificação genética e são verdadeiros tesouros para o futuro. Os quilombolas são os grandes responsáveis pelo trato da terra e pela conservação do Cerrado, mesmo diante de tantas investidas do agronegócio.   O Gergelim dos Kalungas Desde o início do quilombo, os kalungas plantam gergelim juntamente com a roça de mandioca. Ao longo dos anos, selecionaram as sementes das variedades que mais se adaptaram à região. O Gergelim que serve de matéria-prima para o Óleo Hidratante da Positiv.a é fruto da produção dos Kalungas! E, além de fomentar o trabalho dos guardiões do Cerrado, nosso Óleo é todo produzido de forma ecológica! Em fábrica de bioconstrução, com teto de Bambu, gerando só impacto positivo pro nosso país. É maravilhoso contribuir para a maior comunidade quilombola do Brasil! E transformar o Gergelim produzido com toda sabedoria e cuidado, com as sementes mais especiais e selecionadas, em um produto tão especial quanto para seu uso diário. Você sabe de onde vem os produtos que você consome? Você sabe que tipo de produção e indústria está fomentando? Pelas comunidades quilombolas, pelo respeito à terra, à vida e ao trabalho digno, fazemos escolhas conscientes! Vem com a gente e com os Kalungas! Fonte: De Olho nos Ruralistas: Observatório do Agronegócio no Brasil e Slow Food Brasil.

Dia Mundial da Alimentação: veja a importância da data

Nos últimos cinco anos, o número de pessoas em situação de fome grave aumentou 43,7% no Brasil. E mais de um terço da população do país teve dificuldades para garantir sua alimentação nos anos de 2017 e 2018. Mais de um terço! É mais que tempo de trazer essa pauta à tona. A fome não espera. É questão de sobrevivência. É preciso não só debater e resolver o problema do fome como colocar em jogo o que se come no Brasil. Do quê se alimenta o brasileiro? A fome é um problema crônico em sua maioria nas grandes cidades. Em asfalto não se planta. É tempo de nos reaproximarmos da terra. De valorizar aquilo que a terra nos dá. Lembrar que somos Natureza e de Natureza vivemos. É a Natureza que nos alimenta. É de Natureza que devemos nos alimentar. Industrializados, ultraprocessados, açúcares, conservantes isso tudo é veneno, não alimento. Um cuidado, uma conquista O Guia Alimentar para a População Brasileira foi lançado em 2014 e reconhecido mundialmente por seus avanços. Fez parte de uma das estratégias para implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição. O Guia vem recebendo inúmeras ameaças de reformulações e edições, por pressão do agronegócio e dos interesses da bancada ruralista. Fiquemos atent@s para proteger nossas pequenas conquistas. Neste dia que paramos pra refletir sobre a comida no prato, e na comida que falta no prato de muita gente, relembramos que alimentação é generosidade, solidariedade, cultura, natureza, cuidado e direito à vida. Tudo isso pensando no planeta como nossa grande casa em comum! Convidamos cada um de vocês a oferecer uma marmita para alguém em situação de rua. Hoje e sempre que possível. Quem tem fome não sonha, e é preciso sonhar pra construir o futuro. Vamos junt@s! Pela agroecologia, pelo prato colorido e cheio de cada um nesse Brasil! (Acesse aqui o Guia Alimentar para a População Brasileira) — Em tempo, o Comitê Nobel Norueguês concedeu no último dia 9 o Prêmio Nobel da Paz de 2020 ao Programa Mundial de Alimentos (PMA), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede em Roma. Não à toa… Fonte: IBGE

Oceano e mar: você sabe qual é a diferença?

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Em 8 de junho comemoramos o Dia dos Oceanos. Já no dia 12 de outubro, celebramos o Dia do Mar. Sabendo disso, pode ficar o questionamento: qual a diferença entre oceano e mar? Continue a leitura para saber mais sobre oceanos, mares e as particularidades de cada um! Qual a diferença entre oceano e mar? Oceanos são os maiores corpos de água salgada do mundo. Enquanto os mares são porções menores, também de água salgada, por vezes cercadas completamente pelos continentes. Para compararmos, o menor dos oceanos, o oceano Índico, tem 73 milhões de km² de superfície. Já o maior dos mares, o Mar Arábico, se estende por 3,6 milhões de km².  O maior problema em definir oceanos e mares é que eles estão quase sempre conectados. Ou seja, se pensarmos de uma forma mais ampla, pode não haver diferença entre oceano e mar. Eles são uma coisa só. Porém, para facilitar a identificação de porções de água com características parecidas, foram criadas essas classificações. Abaixo você sabe mais sobre cada um desses conceitos. Confira! O que são oceanos? Os oceanos cobrem 71% do nosso planeta. E entre sua extensão encontram-se as porções de terra emersas, os Continentes. A profundidade média dos oceanos é de 3,8 mil metros. O que equivale a cerca de 102 “cristos redentores” empilhados. Atualmente são considerados 5 oceanos: Atlântico Pacífico Índico E os glaciais Ártico e Antártico. Cada oceano tem suas características de salinidade, temperatura média e padrões de circulação. E o que são mares? São porções de água salgada maiores do que lagos e menores do que oceanos. Existem mares abertos, como os Mares Arábico e de Labrador. Neles, há pouco contato com o continente. Também existem os mares interiores, como o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo, conectando-se com o oceano por meio de estreitos. E não podemos nos esquecer dos mares fechados, sem conexão nenhuma com os oceanos, como o Mar Cáspio e o Mar Negro. Os mares fechados contam uma história interessante! Geralmente, eles já estiveram em contato com os oceanos. Porém, os movimentos de subida e descida do nível do mar modificaram essa condição. Quantos mares e quantos oceanos existem? Segundo a Organização Hidrográfica Internacional, existem 5 oceanos e 113 mares. E dentre eles, apenas 3 são completamente fechados. Veja como os mares e oceanos se conectam: O Oceano Atlântico está conectado a 40 mares. O Pacífico a 33. O Índico a 9. O Ártico a 17. E o Antártico a 11. Leia aqui a lista completa. Dia do Mar e Dia do Oceano Independente do nome que damos e da diferença entre oceano e mar, ambos têm seus respectivos dias para nos lembrarmos de sua importância. Precisamos manter em mente que, nos corpos de água, seja doce ou salgada, se encontram pequenas algas que produzem 55% do oxigênio do planeta. Essas algas, outros microrganismos e as próprias características do oceano têm a capacidade de amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Porém, tudo tem um custo. Os oceanos e mares foram capazes de absorver, desde a revolução industrial, mais de 26% do gás carbônico (CO2) antropogênico. Ou seja, o carbono emitido pelos seres humanos. Ele é proveniente principalmente de: Combustíveis fósseis Desmatamento Produção de cimento, e outros. Estima-se que os seres humanos já lançaram mais de 400 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. Essa grande quantidade de gás carbônico causa um aumento de pH das águas. Isso influencia diretamente a vida marinha, sua biodiversidade e seus ecossistemas. Nem precisamos citar os grande problemas causados pela poluição por plástico, que afetam negativamente todos os animais do oceano, inclusive nós mesmos.  Seja dia 12 de outubro ou dia 8 de junho, vamos comemorar nossos grandes corpos de água. No Japão, um dos países mais conectados com os oceanos e mares, o Dia do Mar é comemorado dia 20 de julho, e a data é tão significativa que foi feita como um feriado nacional. Curiosidades sobre oceanos e mares Existem aproximadamente 286 sextilhões (2,86E23!) de gotas de água no planeta Terra. Esse cálculo considera água contida no oceano, rios, lagos, calotas polares e a subterrânea, bem como um tamanho médio de gota de água e pondera as densidades diferentes das formas de água: líquida e sólida.  O lugar mais fundo dos oceanos, a Fossa das Marianas no Oceano Pacífico, tem 11.033 metros de profundidade e a temperatura varia entre 2 e 0ºC. O lugar mais perigoso do Oceano Atlântico (e um dos mais perigosos do mundo!) fica no Mar de Iroise. A combinação da circulação no local com o formato do fundo faz desse Mar um dos mais bravos e violentos do mundo. Diversos rios não desaguam no mar ou no oceano. Por exemplo o Rio Ônix, o mais longo da Antártica, de 32 km de comprimento, corre de um lago a outro. Agora que você já conhece a diferença entre oceano e mar, que tal descobrir porque os oceanos são importantes na sua vida? Leia agora!

Dia Nacional da Abelha: veja a importância da data

Dia 3 de outubro é comemorado o Dia Nacional da Abelha. Estes insetos fascinantes ganharam essa data como homenagem e reconhecimento pela sua importância não só para os seres humanos, mas para toda a vida no planeta. Quando se pensa em abelhas, a primeira imagem que vem à cabeça é quase sempre da Apis mellifera, aquela clássica abelha listrada amarela e preta com ferrão, que vivem em colmeias numerosas e produzem mel. No entanto, o universo das abelhas é muito mais amplo. São conhecidas cerca de 20 mil espécies de abelhas no mundo todo, contando com abelhas de tamanhos que variam desde a cabeça de um fósforo até 6 cm de comprimento; abelhas de diferentes formatos, algumas peludas, outras lisinhas; algumas têm listras amarelas e pretas, outras são verde e azul metálico; e há até mesmo abelhas sem ferrão. No quesito diversidade de abelhas, o Brasil é campeão, com uma estimativa de 2500 espécies de abelhas ao todo em território nacional – dentre essas, 300 espécies de abelhas sem ferrão –, a grande maioria se alimentando basicamente de pólen e néctar. Nem todas são de colmeia como os desenhos mostram… Mais de 80% das abelhas não são sociais, ou seja, não formam colmeias, vivendo assim em ninhos individuais construídos em restos de madeira, principalmente, e não produzem mel, cera ou própolis. Porém, isso não diminui sua importância para o funcionamento ideal do planeta, visto que todas participam no processo de polinização. A polinização é um processo ecológico indispensável: é por meio dela que a maioria das plantas, em especial as angiospermas (aquelas que têm flores e frutos), se reproduzem. Essa reprodução gera os “filhos” dessas plantas, que por sua vez dão origem às flores que tanto apreciamos e às frutas e legumes que comemos. Sendo assim, a “meliofilia”, como é chamada a polinização por abelhas (tanto sociais quanto solitárias), é um importante mecanismo para a produção de alimentos. Elas são responsáveis por polinizar cerca de 70% das espécies de plantas, gerando assim, aproximadamente, 35% da produção de alimentos global. Além disso, elas são os únicos polinizadores de certas plantas, logo, sem elas frutas como maçã, maracujá, cacau, morango, pimentão, amêndoas e castanhas desapareceriam. As ameaças Apesar de sua importância, as abelhas vêm enfrentando diversas ameaças que contribuem para o rápido declínio no número de indivíduos e espécies. E, por consequência, de outros animais e plantas. Uma das maiores ameaças é a perda de habitat natural, muitas vezes decorrente do desmatamento para plantio de monoculturas, resultando na diminuição de oferta de alimento, água e abrigo. Além disso, o uso de agrotóxicos está diretamente relacionado à morte de abelhas. E pode ocasionar desde desorientação até envenenamentos que afetam o sistema nervoso destes insetos, acarretando sua morte. O comércio desregulamentado de colmeias e abelhas rainha é outra séria ameaça, pois favorece a propagação de doenças que enfraquecem as colmeias e o aparecimento de espécies invasoras (não nativas). Um exemplo foi o surgimento das vespas mandarinas, que atacaram enxames de abelhas melíferas (as abelhas “comuns”) no começo do ano de 2020. Por fim, as mudanças climáticas, que originam eventos climáticos extremos, afetam em demasia estes animais, que são especialmente vulneráveis a grandes períodos de seca e temperaturas excessivamente altas ou baixas.   A união desses fatores pode levar ao chamado “Distúrbio de Colapso de Colônias” (CCD, do inglês: “Colony Collapse Disorder”). Que vem ocorrendo em diversos países como Brasil, Estados Unidos, China, França, Alemanha e Reino Unido. Onde diversas colmeias são encontradas vazias ou com todas as abelhas dentro mortas. A hipótese de origem do CCD seria a junção do envenenamento por agrotóxicos e o estresse causado pela crescente dificuldade de acesso a alimento e água. Assim levando à morte de centenas de milhares de abelhas em um período tão curto quanto uma noite. Pela sobrevivência das abelhas Há diversas atitudes que podem ser tomadas para ajudar na sobrevivência das abelhas. Entre elas: o consumo de alimentos de origem orgânica, preferencialmente agrobiodiversa (isto é, diversas culturas interagindo entre si, em contraposição às monoculturas), assim garantindo diversidade de alimentos para elas e para nós; ter jardins com muitas flores e com períodos de floração diferentes, criando corredores verdes urbanos e diminuindo as distâncias que elas devem percorrer até seu alimento; fomentar a criação e ajudar na manutenção de hortas urbanas e coletivas em seu bairro; optar, sempre que possível, por frutíferas nativas na alimentação, visto que estas já estão adaptadas à polinização por abelhas nativas, assim fortalecendo a fauna e flora nacional; construir abrigos para abelhas solitárias feitos de argila, madeira, bambu e tijolos; e evitar consumo de mel e derivados, como cera e própolis de abelha, principalmente quando não há conhecimento da procedência dos mesmos. Curiosidades – Em 2009 foram consideradas os seres vivos mais importantes do mundo; – Cada uma visita, em média, entre 50 e 1000 flores diariamente; – Elas podem carregar até 300x o próprio peso; – Cerca de 85% das espécies de abelhas não vivem em colmeias; são as chamadas solitárias. Nestes casos a mãe cuida de seu ninho e suas crias por conta própria; – As abelhas são animais matriarcais. Nas colmeias, os machos (zangões) são expulsos; já entre as solitárias, o macho parte logo após fecundar a fêmea, que então permanece no ninho com as crias; – Espécies de abelhas maiores acordam e vão trabalhar mais cedo, enquanto as espécies menores saem para voar mais tarde. Desta forma, existe uma espécie de abelha popularmente conhecida como mirim-preguiça (“pequena preguiça”) por conta do seu tamanho e de seu hábito de acordar tarde; – São fundamentais, também, na produção de óleos, como de girassol, mamona e canola, e na produção de algodão não sintético; – As abelhas estão presentes em crenças e religiões de diversas culturas ao redor do mundo, como na Grécia e Egito antigos, Irlanda, México e Brasil; – São símbolos para diversas características como organização, reencarnação ou alma, pureza e virgindade, lirismo e vida eterna. Texto por: Stefano Montellato, educador e gestor ambiental em Irayá Ambiental

Bambu: da biologia à construção e versatilidade

Você sabia que o bambu pode ser utilizado para diversas aplicações? De utensílios domésticos e itens de decoração, a tubos para condução de água e estrutura de construções e até mesmo como alimento! Bambu: biologia e abundância  Classificado como uma gramínea, o bambu é uma planta que prospera com facilidade em uma ampla gama de climas. É possível encontrá-lo em várias partes do mundo. Desde terras baixas às altitudes mais elevadas; das regiões áridas à tropicais.  Assim, não é de se espantar que, segundo o livro Bambus no Brasil: da biologia à técnica, existem mais de 1.300 espécies de bambu no mundo. No Brasil, é possível encontrar cerca de 200 espécies diferentes, sendo o país com mais ocorrência nas Américas. Uma das maiores florestas nativas de bambu do planeta está na Amazônia.  Por conta do seu sistema de rizomas, o bambu é excelente para proteger o solo. Mesmo após a colheita, o sistema permanece intacto. Isso ajuda a impedir erosão, preserva a umidade vital do solo e ajuda a reter nutrientes.  O bambu é uma planta conhecida e utilizada pelo homem há milênios. Existem sítios arqueológicos no Equador que mostram que o bambu já era utilizado há cerca de 5 mil anos na América do Sul pelos indígenas locais. Além dos usos do cotidiano, hoje ele ganha destaque pela sua sustentabilidade.     A versatilidade do bambu Após a colheita, praticamente todas as partes da planta podem ser utilizadas. Os usos são os mais diversos. Com bambu é possível fazer mobiliário, telhas, portas e janelas, papel, piso, utensílios de cozinha, objetos de decoração, embarcações, drenos, carvão, fibras etc. No Oriente, é comum até comê-lo. Nas Filipinas, por exemplo, o broto de bambu é comumente servido com leite de coco e temperado com ervas apimentadas.   A versatilidade do bambu não é novidade. O escritor-viajante do século XIX, William Edgar Geil, escreveu um livro no qual conta sua viagem de Shangai até o centro do Império de Burma (atual Myanmar) chamado A Yankee on the Yangtze. Nele, ele relata: “Um homem pode acomodar-se em uma casa de bambu sob um teto de bambu, em uma cadeira de bambu a uma mesa de bambu, com um chapéu de bambu em sua cabeça e sandálias de bambu em seus pés. Ele pode, ao mesmo tempo, ter em suas mãos uma tigela de bambu, e em outra mão pauzinhos de bambu, e comer brotos de bambu. Quando ele terminar sua refeição, que foi cozida em fogo de bambu, a mesa pode ser lavada com um tecido de bambu, e ele pode abanar-se a si próprio com um leque de bambu, tirar uma siesta em uma cama de bambu, deitado sobre uma esteira de bambu. Seu filho pode repousar num berço de bambu, brincando com um brinquedo de bambu. Ao levantar-se ele fumaria um cachimbo de bambu e, com uma caneta de bambu, escreveria em papel de bambu, ou transportaria suas coisas em uma cesta de bambu suspensa por uma vara de bambu, com um guarda-chuva de bambu sobre sua cabeça. Ele pode então fazer uma caminhada sobre uma ponte suspensa  de bambu, beber água de uma concha de bambu, e coçar-se com uma raspadeira de bambu”.   Bioconstrução: o bambu como material construtivo  É sabido que a construção civil convencional causa grande impacto ambiental. Isso se dá principalmente pela escolha dos materiais utilizados. Nesse contexto, o bambu se apresenta como uma alternativa de excelente custo-benefício. Uma construção feita de bambu tem várias vantagens para o meio ambiente. A começar, o bambu é capaz de captar grande quantidade de CO2 do ar e seu cultivo não adiciona substâncias químicas. É também um material renovável de rápido crescimento. Algumas espécies chegam a crescer 1m por dia. E, quando uma haste é cortada, outra nova rapidamente começa a crescer no lugar.  Além disso, o bambu é um material resistente e prático. Segundo Elora Hardy, fundadora da IBUKU (uma das principais empresas de pesquisa e projeto de bambu no mundo), ele tem a mesma resistência de tração que o aço e a mesma força de compressão que o concreto. Isso garante a sua versatilidade formal e estrutural. Por ser um material leve, seu manuseio e transporte são mais fáceis, reduzindo tempo de obra.  A construção com bambu também traz o conforto térmico necessário. Para países tropicais como o Brasil, é importante construir espaços com estruturas leves para permitir a circulação de ar adequada. Assim, tem-se uma construção que leva em conta o cuidado com a natureza e as pessoas, além de ser esteticamente agradável. Preste atenção na praça da sua cidade, na cerca do seu vizinho. O bambu está por toda parte. E o veremos cada vez com mais frequência. Estudos e pesquisas nas mais diversas áreas sobre essa planta estão se desenvolvendo. Viva sua abundância, resistência e versatilidade!  Escrito por Ana Carolina Medeiros

Dia de Sobrecarga da Terra: nossa real demanda por recursos naturais

O Coronavírus chegou para nos provar, a duras penas, que é possível reduzirmos a demanda por recursos naturais. Este ano, devido aos efeitos da pandemia, conseguimos atrasar quase 1 mês o Dia de Sobrecarga da Terra. Você sabe o que é isso? O Dia de Sobrecarga da Terra O dia de sobrecarga da terra (Overshoot Day, em inglês) é a data que marca o esgotamento dos recursos naturais do planeta “disponíveis” para o ano. O cálculo para se chegar ao Dia da Sobrecarga da Terra é feito pela Global Footprint Network desde 1961. Esse valor é o resultado da conta da divisão da biocapacidade do planeta pela pegada ecológica da humanidade multiplicada pelo número de dias do ano. Mas o que é isso? A Biocapacidade do planeta é a quantidade de recursos que a Terra pode gerar em um ano. Ou seja, a partir do Dia da Sobrecarga da Terra, passamos a viver com recursos emprestados de gerações futuras. A Pegada ecológica da humanidade é a quantidade de emissão de carbono (gases de efeito estufa), da geração de energia, de área construída para moradia, de produtos extrativistas, da agricultura e da pecuária para produção de alimentos e pesca. Ou seja, tudo que gera impacto na Terra. A Global Footprint Network utiliza as métricas da pegada ecológica nacional (não a individual) e a pegada de carbono é recalculada anualmente para que o resultado seja o mais preciso possível.   A mudança de data No ano passado o Dia de Sobrecarga da Terra foi em 29 de julho. Esse ano, cairá no dia 22 de agosto. Isso, em termos práticos, quer dizer que precisamos de 1,6 planeta para suprir nossas demandas. Acontece que não tem, né? No pré-Coronavírus, mais precisamente desde 2001, estávamos em uma guinada de adiantamento constante da data. A cada ano, adiantávamos uns dias. Ou seja, quanto mais tempo passava, mais degradávamos o planeta. Os efeitos da Covid-19 vieram nos provar que é possível reduzir nosso impacto. E a mudança está em nossas mãos! Efeito Coronavírus Em fevereiro, quando a pandemia começou a ganhar terreno pelo globo, o isolamento social e a desaceleração econômica foram instantâneos. Isso implicou na redução drástica das emissões de CO2 provindas da combustão de combustíveis fósseis e o extrativismo da madeira caíram drasticamente. Chegamos aos números: Redução de 14,5% na pegada de carbono global Redução de 8,4% na pegada ecológica de produtos florestais – Isso porque o desmatamento da Amazônia foi crescente. Se tivemos um ministro do meio ambiente comprometido com a sua pasta, esse número teria sido ainda maior.   A mudança deve continuar Não podemos depender de uma pandemia que arrasta a humanidade para avançarmos nas questões ambientais. É preciso que a chave da consciência vire em cada um de nós, especialmente nos detentores do poder e do dinheiro. Se cada um fizer sua parte, nós conseguiremos anular nossa dívida com o planeta. Qual impacto você quer gerar para a Terra? A gente acredita no impacto positivo e na transformação do nosso estar no mundo. Que as futuras gerações floresçam mais conscientes, mais ativas, mais ligadas à Natureza. Nossa dívida está se multiplicando. A dívida ecológica cobra juros muito altos. Escassez de alimentos, erosão do solo, acúmulo de CO2 na nossa atmosfera, catástrofes devastadoras e muito mais. A dívida é alta, mas há chance de quitar. E a Positiv.a existe pra isso, pra unir forças para essa maré de impacto positivo. Vamos junt@s? O movimento #MoveTheDate (mova a data) convida todas e todos à reflexão sobre seu próprio consumo e à adoção de hábitos com menores impactos, que reduzam a pegada ecológica.   AQUI VÃO ALGUMAS DICAS PARA VOCÊ REDUZIR SEU IMPACTO   – Compre de pequenos produtores locais – Reduza o consumo de carne – Opte por transporte público, quando o isolamento acabar. E lembre-se que bicicleta não é só lazer, é meio de transporte também! 😉 – Composte resíduos orgânicos – Recicle seus resíduos – Evite o desperdício – Sempre que tiver oportunidade, plante uma árvore – Consuma somente o necessário – Diga não ao plástico descartável – Inspire outras pessoas a adotarem hábitos mais ecológicos. Encaminhe esse texto para seus amigos! 😉   Fonte: Instituto Akatu  

Você come pensando no planeta?

A gente costuma falar bastante aqui sobre o impacto do nosso consumo no planeta. Especialmente, nossa alimentação. Defendemos a dieta vegana como uma alternativa que gera menos impacto para as mudanças climáticas. E também por estimarmos todas as formas de vida do planeta. Preferimos ter os animais vivos, a virarem comida. Mas hoje, não estamos aqui pra falar sobre o veganismo. E sim, sobre uma nova forma de pensar a alimentação. Surgiu um novo termo chamado CLIMATARIAN. Você já ouviu falar sobre ele? O que é uma dieta climatarian? Consiste basicamente em se alimentar com o menor impacto possível para o meio ambiente, mais especificamente pensando nas consequências para o aquecimento global. Isso quer dizer priorizar alimentos da estação, de produtores locais, que não precisem de muito para se deslocar, que não contenham plástico na embalagem e possam ser comprados a granel. Tudo isso é uma escolha pelo meio ambiente e pelo nosso futuro. Consumir como um climatarian é consumir pensando além da sua saúde, na saúde do planeta e das futuras gerações. Um climatarian pensa no impacto de toda a cadeia de cada alimento: a pegada de carbono no processo de produção até parar em suas mãos, o desperdício, o descarte e alguns consumos mais restritos, como o da carne, por exemplo. A diferença entre um climatarian e um vegano Para um climatarian, não adianta optar apenas por legumes, frutas, verduras se esses forem sempre embalados em plástico. Ou se forem de outra estação, ou importado, pois tudo isso gera grande impacto nas mudanças climáticas. O plástico é a segunda maior fonte industrial e a que mais cresce em gases do efeito estufa. E 99% do que compõe o produto é derivado de combustíveis fósseis. Como subproduto do petróleo, do carvão mineral e do gás natural, o plástico é uma das peças-chave das emissões de dióxido de carbono (Fonte: ONG Center of International Environmental Law – CIEL). Para se produzir um alimento fora de sua estação natural é preciso investir muito mais energia e, muitas vezes estímulos agrotóxicos. E o impacto negativo do transporte de alimentos vindos de longe, nem se fala! Um climatarian até consome carne de pesca sustentável e segura, animais de criação extensiva e orgânica. Mas também sabe que a pecuária é uma das principais contribuintes para o aumento da temperatura na Terra. Para aqueles que seguem a dieta climática, o importante é saber o que está comendo e não restringir totalmente algo do cardápio. É buscar alternativas ecológicas e soluções que gerem impacto positivo para a cadeia.   A situação alimentar em meio à crise climática   “Os climas diferem e as plantas variam, mas uma regra informal básica do cultivo de cereais à temperatura ideal é: para cada grau de aquecimento, há um declínio de 10% na produção. Algumas estimativas vão mais longe. Se o planeta estiver 5ºC mais quente no fim do século, quando as projeções sugerem que poderemos ter uma população 50% maior para alimentar, também poderemos ter 50% menos grãos para oferecer a ela. Ou menos ainda, porque na verdade, quanto maior o aquecimento, mais declina a produção. E com proteínas é pior: são necessários 3,6 quilos de cereais para produzir um único quilo de carne de hambúrguer, obtida de um animal que passou a vida aquecendo o planeta com arrotos de metano” (trecho de A Terra Inabitável – Uma história do Futuro, de David Wallace-Wells.     A produção de alimentos do planeta todo já responde por cerca de um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa. Ou seja, mudar os hábitos alimentares é um ponto crucial para conter as mudanças climáticas.   Estreitar a relação com a Natureza   É fundamental se conectar mais com a Natureza, entender seus tempos, seus fluxos e consumir a partir disso. Você pode se fazer algumas perguntas antes de consumir determinado produto: Da onde veio? Vai nutrir meu corpo? Impactou negativamente a vida de alguém? Vai deixar rastros no meio ambiente?   Exige dedicação e tempo para ser um climatarian. Mas tudo é recompensado pelo bem-estar que fazer o bem gera. Além da plenitude de fazer sua parte para deixar um bom legado para as futuras gerações. A alimentação como é hoje, não será a mesma daqui 30 anos, caso essas pequenas adaptações e essa mudança de pensamento não aconteça para já. E se você pensa: “mas o que vai fazer de diferença se só eu mudar e a indústria continuar do jeito que é?”. Nós te respondemos com uma frase da Margaret Mead: “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.”