Uma pesquisa* encomendada pela WWF em 2019 concluiu que a população de países industrializados está ingerindo cerca de 5 gramas de fragmentos de matéria plástica a cada semana. Isso equivale, aproximadamente, ao peso de um cartão de crédito.
Chegar a esse resultado foi um importante passo para entender e dimensionar quais são e o tamanho das consequências disso para nosso organismo, a médio e longo prazo. Pois ainda não se sabe, mas o problema promete ser maior do que imaginamos…
De onde vem esse plástico?
A maior parte das partículas plásticas consumidas pela população humana vem da água que ingerimos. Independentemente de qual for a fonte. Cerca de 83% da água de torneira do mundo inteiro está contaminada com microplásticos, segundo levantamento inédito da organização Orb Média. Os animais marinhos vêm na sequência, principalmente mariscos, mexilhões e ostras. Há muito plástico descartado e poluindo o oceano – e esse é absorvido e ingerido pelos animais marinhos – que, por sua vez, são consumidos por humanos. A ingestão de plástico já foi registrada em mais de 240 espécies.
Cerveja e sal estão juntos no topo da lista de insumos mais contaminados por essas partículas.
As frutas e verduras não ficam atrás, já que em seu ciclo de vida, absorvem a água contaminada por plástico. Dessas, as mais contaminadas são as maçãs e as cenouras.
Aquele monte de plástico
Todo ano, 270 milhões de toneladas de plástico são produzidas no mundo. Mais de 40% é aquele chamado de ‘uso único’, ou seja, usado apenas uma vez – normalmente, por um curto período de tempo – e descartado. Apesar de sua breve vida útil, o plástico persiste no ambiente por séculos a fio, poluindo aterros, praias, rios e oceano.
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Como fica a saúde humana ingerindo tanto microplástico?
O microplástico atua como captador de poluentes orgânicos persistentes, cujas principais características são semivolatilidade, persistência, bioacumulação e toxicidade – ou seja, altamente nocivos. Estão diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Eles agem se fixando na gordura do corpo, no sangue e nos fluidos corporais dos seres vivos.
O plástico está poluindo o ar que respiramos, a água que bebemos e a comida que comemos.
Não se sabe ainda dimensionar o impacto dessa ingestão ampla e contínua na saúde humana, mas até onde se sabe, não é possível eliminar essas micropartículas do corpo. A alternativa, então, é diminuir cada vez mais o consumo e o descarte de plástico. Dos processos de produção, ao uso rotineiro, pensar em alternativas que sejam mais duradouras, menos descartáveis e de mais fácil e rentável reciclagem. Que todos consumam menos plástico virgem (o plástico novo) e designam uma cadeia circular completa.
Nesse #julhosemplástico, fica o alerta e o convite para reduzir o uso de plástico do dia a dia, procurar destinar os resíduos da forma correta e fazer #trocaspositivas, pensando na sua saúde, no bem do meio ambiente e no futuro da humanidade.
*No Plastic in Nature: Assessing Plastic Ingestion from Nature to People
Outras fontes:
https://cetesb.sp.gov.br/centroregional/a-convencao/poluentes-organicos-persistentes-pops/
https://www.sciencedirect.com/journal/environmental-research
https://awsassets.panda.org/downloads/plastic_ingestion_press_singles.pdf
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0013935120305703?via%3Dihub