Crise Climática

Somos a Primeira Geração que Entendeu a Crise Climática e a Última que Pode Freá-la: O Papel necessário das Empresas na Adaptação Climática Estamos vivendo um momento crucial na história da humanidade. Pela primeira vez, temos uma compreensão mais clara da crise climática, de suas causas e consequências devastadoras. Ao mesmo tempo, somos a última geração que tem a oportunidade de agir decisivamente para mitigar seus impactos. Não existe uma “guerra” entre seres humanos e Natureza. Nós somos a Natureza e estamos promovendo nossa autodestruição com a forma em que consumimos. Por isso, a produção e o consumo consciente são urgentemente necessários. Nesse cenário, as empresas têm um papel fundamental a desempenhar. Mas como elas podem efetivamente contribuir para um futuro melhor? 1. Formação dos Colaboradores: experiências teóricas e práticas A educação socioambiental deve ser incorporada em todas as áreas das empresas. Isso significa instituir o tema de forma transversal, desde os operários da fábrica até a alta governança. Contemplando a substituição de descartáveis até letramento de Diversidade & Inclusão. Uma abordagem eficaz é designar um multiplicador de conhecimento por equipe (os famosos biodesagrável, ecochato ou ecosexy), responsável por disseminar informações com fontes confiáveis. Experiências teóricas se complementam com vivências práticas como por exemplo visitar uma cooperativa de reciclagem. É essencial investir no desenvolvimento do pensamento crítico dos colaboradores, para que as propostas já venham com esse direcionamento. Muitos de nós não tivemos uma formação socioambiental adequada em casa ou na escola, o que torna necessário começar do básico. A educação socioambiental deve abranger desde a reciclagem até temas mais complexos, como o racismo climático, que explora a relação entre desigualdade social e os impactos das mudanças climáticas nas pessoas mais vulneráveis. 2. Marketing Consciente: Coerência entre o que fala e o que faz As empresas precisam reavaliar suas estratégias de marketing e seus valores. Um marketing consciente vai além de promover produtos ecológicos; ele educa e engaja consumidores a entenderem que seu consumo é manifesto. É fundamental que as campanhas comerciais não apenas destaquem os benefícios dos produtos, mas também incentivem comportamentos mais responsáveis. Incluindo a seleção de embaixadores da marca, garantindo diversidade e coerência. 3. Produtos e Serviços que Resolvem Problemas Para serem verdadeiramente responsáveis, as empresas devem examinar cada etapa do ciclo de vida de seus produtos e serviços. Isso inclui: Origem da Matéria-Prima: De onde vêm os materiais utilizados? São fontes sustentáveis e eticamente obtidas? Práticas de Produção: As práticas de produção minimizam o impacto ambiental? Utilizam energias renováveis e reduzem o desperdício? Deslocamento: Como os produtos são transportados? Há alternativas menos poluentes? Complexidade nas Embalagens: As embalagens são recicláveis ou compostáveis? Elas são excessivamente complexas ou podem ser simplificadas? Condições Humanas: Os trabalhadores envolvidos no processo de produção estão em condições dignas e justas? 4. Certificação Sistema B: Uma Comunidade Empresarial de negócios melhores para o mundo Adotar o Sistema B é um passo significativo para empresas que desejam causar um impacto positivo. O processo da certificação serve como uma bússola para guiar um negócio que quer estabelecer melhores práticas para o Mundo. As empresas B certificadas se comprometem em seu contrato social a considerar os efeitos de suas decisões nos trabalhadores, na comunidade, no meio ambiente e dos acionistas. Este modelo de negócios promove a transparência, a responsabilidade e a sustentabilidade. 5. Governança que Prioriza Impacto Positivo A governança corporativa deve ser reestruturada para priorizar decisões que gerem impacto positivo. Isso significa que o ESG (Ambiental, Social e Governança) deve sair da teoria e ser integrado na prática diária das empresas. A responsabilidade ambiental não pode ser um apêndice das operações, mas sim o coração de todas as decisões corporativas. Para isso é necessário ter ao menos um membro especialista em ESG/CLIMA no Conselho Executivo e Deliberativo. A crise climática é o desafio definidor de nossa era. As empresas têm o poder e a responsabilidade de liderar a mudança. Ao educar seus colaboradores, adotar práticas de produção responsáveis, reformular suas estratégias de marketing e implementar uma governança voltada para o impacto positivo, as empresas podem ser protagonistas na criação de um futuro mais sustentável. O tempo para agir é agora. Somos a primeira geração que entende a crise climática e a última que pode freá-la. Que possamos ser protagonistas desse desafio histórico.
O que é ESG?

ESG é uma sigla em inglês que significa Environmental (Ambiental), Social (Social) and Governance (Governança), três pilares que servem para avaliar a sustentabilidade socioambiental e o impacto de uma empresa na sociedade. Quem criou o termo ESG? O termo ESG surgiu em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial. Na ocasião, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, desafiou 50 CEOs de grandes instituições financeiras a integrarem fatores sociais, ambientais e de governança em suas decisões de investimento. Nos últimos anos, o termo ESG se tornou mais comum na linguagem empresarial, e algumas pessoas podem ter a falsa impressão de que a Sustentabilidade foi substituída por algo novo. No entanto, essa visão não é bem assim. Para Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global, “o ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial, com o mesmo objetivo”. Além disso, o crescimento da agenda ESG é impulsionado, em grande parte, pela preeminência da emergência climática. Segundo a ONU, limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação à era pré-industrial exige um corte de 45% nas emissões de carbono até 2030, chegando a zero até 2050. Mais de 70 países, responsáveis por cerca de 76% das emissões globais, já se comprometeram com metas de neutralidade carbónica. Quais são os 3 pilares do ESG? Ambiental (E): Engloba ações que visam proteger o meio ambiente, como eficiência energética, gestão de resíduos, redução de emissões de carbono, conservação de recursos naturais e biodiversidade, entre outros. Social (S): Envolve aspectos sociais relacionados à atuação da empresa, como responsabilidade social corporativa, relações com funcionários, diversidade e inclusão, direitos humanos, saúde e segurança no trabalho, bem-estar dos colaboradores e engajamento da comunidade, entre outros. Governança Corporativa (G): Diz respeito à estrutura de governança da empresa, incluindo transparência, ética nos negócios, gestão de riscos, integridade corporativa, diversidade no conselho administrativo, entre outros. Como aplicar o ESG na empresa? O nosso papel como cidadãos é incentivar cada vez mais a adoção de práticas sustentáveis e cobrar das empresas um compromisso genuíno e contínuo com a sociedade e o meio ambiente. É aqui que o consumo consciente se torna mais relevante, porque podemos optar por produtos e serviços de empresas que demonstram compromisso real com a sustentabilidade em suas práticas. O Pacto Global da ONU defende que empresas que adotam práticas ESG reconhecem e gerenciam seus impactos na sociedade, buscando minimizar seus impactos negativos e maximizar os positivos na sociedade, conseguindo agir sobre eles, assim como equacionar os prejuízos já provocados. Como dar os primeiros passos? Um bom ponto de partida para as empresas é se fazerem duas perguntas: 1. A empresa está em conformidade com os Dez Princípios do Pacto Global? DIREITOS HUMANOS: Respeitar e apoiar os direitos humanos reconhecidos internacionalmente na sua área de influência. Assegurar a não participação da empresa em violações dos direitos humanos TRABALHO: Apoiar a liberdade de asssociação e reconhecer o direto à negociação coletiva. Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório Erradicar todas as formas de trabalho infantil da sua cadeia produtiva Estimular práticas que eliminem qualquer tipo de discriminação no emprego. MEIO AMBIENTE: Assumir práticas que adotem uma abordagem preventiva, responsável e proativa para os desafios ambientais. Desenvolver iniciativas e práticas para promover e disseminar a responsabilidade socioambiental. Incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente responsáveis. ANTICORRUPÇÃO: Combater a corrupção em todas as suas formas, incluindo a extorsão e o suborno. 2. A empresa tem projetos que contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU? Em 2015, a ONU propôs aos seus países membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos, a Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Empresas com práticas ESG gerenciam seus impactos sociais, ambientais e de governança de forma a promover práticas mais sustentáveis, justas e transparentes, gerando benefícios financeiros, reputacionais e de longo prazo. “O negócio dos negócios é o negócio sustentável. As empresas precisam existir por muitos anos em uma sociedade em constante transformação. Portanto, todas as empresas de todos os setores precisam encontrar maneiras próprias de inseri-la no core do seu modelo de negócios, para que possam estar no mercado por muitas décadas” – Fábio C. Barbosa*, conselheiro do Itaú-Unibanco, da Natura e do Gávea Investimentos. Vamos juntas (os) multiplicar estes impactos? 🌎 *Ref. Livro: Humano de negócios do Rodrigo V. Cunha.